segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Por Um Brasil Nação Maior do que um brasil seleção

Veja bem, a copa vai acontecer, quer você queira ou não, torcer contra ou à favor da seleção canarinho, isso sim é uma escolha sua, eu vou torcer a favor, deixarei um pouco de lado minhas dúvidas quanto a política da CBF e da FIFA, nos dias da competição, vou torcer pela seleção com o coração, como sempre faço de quatro em quatro anos, mas não vou me esquecer que este ano será um ano de eleição, também me lembrarei do meu coração quando outubro chegar, pois se dizem que é o coração que ama, é de coração que amo esta nação e meu patriotismo precisa estar acima de qualquer seleção. Lembro-me bem que no ano de 2006, trabalhava como professor de informática no SESC, eu e a Joszy, encontramos um jeito de decorar a sala, colando algumas bandeiras nas paredes e até conseguimos colar algumas no teto, após a eliminação da seleção no jogo contra a França nas quartas de final, infelizmente não posso dizer que só um aluno nos pediu para retirar as bandeiras, vários alunos se manifestaram desta mesma forma. Diziam que o Brasil não era nada e que tinha sido uma vergonha, um até chegou a dizer que sentia vergonha quando olhava a bandeira. Aquela segunda feira dia 3, dois dias após a eliminação foi estranhamente mais cansativa pra nós do que o próprio sábado da eliminação, eu me lembro que assisti o jogo na casa da Joszy, com o Ferreira e alguns parentes da Joszy, me lembro da reação da minha amiga de trabalho que ficou calada por uma hora, talvez mais, ela ficou extremamente triste, assim como eu também fiquei, comentei com o Ferreira a respeito do resultado do jogo e logo surgiram aqueles papos sobre as teorias da conspiração, diziam que o Brasil havia entregue a copa para a França em 1998 e que aquele era o ano da Alemanha, que nada, a Alemanha disputou com a seleção de Portugal o 3º Lugar e venceu por 3x1, a campeã foi a Italia, que depois do empate sem gols, acabou sendo campeã na disputa de Pênaltis vencendo a França por 5x3. Acontece que quando digo que aquela segunda feira foi extremamente cansativa, é pelo fato de que uma certa angústia pós-eliminação acabou se instalando, e se estendeu pela semana, alunos chegavam e viam as bandeiras ainda nas paredes e perguntavam se nós não iríamos tirar aquelas bandeiras da decoração. Eu cantava o hino nacional e o hino a bandeira quando frequentava o Colégio Estadual Duque de Caxias no final da década de 80, a execução do Hino Nacional deixou de ser obrigatória não sei desde quando, mas vejo isso como algo muito negativo, que país é esse que se deixa representar só de 4 em 4 anos por "brasileiros" em sua maioria abastados e que quase sempre moram e vivem de forma confortável na Europa gozando de ótimos salários e benefícios que eu nem saberia citar aqui. Nossa representatividade não pode ser só essa e nosso patriotismo precisa ser reaprendido, patriotismo não é torcer pela seleção, patriotismo não é deixar Ronaldos e Romários se tornarem heróis de uma nação cujas necessidades básicas estão longe de serem sanadas, cuja educação não está nem próxima do ideal. Vou torcer pela seleção sim e vibrar com cada gol e com cada vitória, se nesta copa surgirem mais heróis do esporte, que seja, não sei quase nada do Neymar, só o que vejo na imprensa, pouco sei do Fred além do que vejo e leio na imprensa, mas acredito que é possível, mas após a copa, pretendo esquecer que eles existem, principalmente o Neymar, para quem a eleição de outubro no Brasil vai fazer ainda menos diferença, vou me lembrar de mim, da minha família, não vou esquecer da frase do Ronaldo Nazário, que provavelmente se esqueceu de suas origens, vou prestar atenção em minha nação de fato, não no Brasil Seleção, mas no Brasil Nação.

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