terça-feira, 6 de março de 2012

Nair Bueno da Fonseca - 18/06/1926 -> 06/03/2012

Eu quando nasci, fui o segundo neto da minha avó paterna, no ano que eu nasci, meus pais moravam aqui na vila Operária, ali na rua Travessa Botafogo, no mesmo quintal que meus avós maternos, em 1978 nós acabamos nos mudando para o Sarandi, então passamos a morar no mesmo quintal que meus avós paternos, ali na rua Princesa Isabel na altura do posto Querência, ali eu vivi boa parte da minha melhor infância, cresci vendo minha avó cuidar das criações de galinha, fazer bolo de casamento ou de aniversário para amigos e parentes, comi muita carne de frango caipira preparado pela minha avó, o doce de leite que minha avó fazia era o melhor que eu já comi, e ela sabia que eu preferia em pasta, então ela sempre deixava dos dois jeitos, pedaços e também o doce sem endurecer, a convivência com a vó Nair, sempre foi um presente, no finalzinho da década de 80 quando eu e minha família morávamos no jardim Panorama ainda no Sarandi, durante um curto período eu morei la na casa da minha avó, ajudava meu avô numa construção que estava em andamento e algumas reformas que eles resolveram fazer por lá, nestes dias, engordei alguns quilos e quando comentei com a minha avó que ela estava me fazendo engordar, me lembro que ela disse pra eu me olhar no espelho, pois segundo ela eu estava com a pele mais bonita e muito longe de ficar gordo, acontece que como eu acordava cedo todos os dias, trabalhava bastante com o meu avô, eu estava comendo ainda mais, eu sempre comi muito bem, sempre fui bom de prato, e naqueles dias minha avó me ensinou que meu prazer de comer bem estava com certeza ligado ao fato de que naqueles dias eu estava trabalhando muito, eu tinha uns 12 anos, e por alguns dias pude conviver de perto com a minha avó e observar o zelo com que ela cuidava de todos que dependiam do trabalho dela dentro de casa, ela servia meu avô no café da manhã, sempre deixava tudo pronto para nós tomarmos o café da manhã todos juntos, então minha tia saia para o trabalho dela no Hosp. Santa Rita e eu me juntava ao meu avô Isidoro e meu tio Isaque para juntos continuarmos a trabalhar na casa da frente que no final, nunca ficou pronta. Nesta construção da qual eu estou falando minha avó tinha preparado um galinheiro, também tinha uma pequena horta e umas tranqueiras que ali ficavam guardadas, limpar o quintal enorme e até dentro da casa da frente era uma tarefa que sempre que minha avó fazia sobrava para nós, eu no calor, sempre gostava de ficar por perto, não sei se eu atrapalhava, na verdade sei que não, mas eu sempre gostei tomar banho de mangueira, e naquele quintal enorme onde eu cresci brincando com cachorro, empurrando carrinhos e algumas vezes de esconde-esconde com meus irmãos e meus primos foi de onde eu tirei as melhores memórias da minha avó que amou profunda e sinceramente a todos com quem conviveu, viveu intensamente sua fé e amor a Deus e nos deixou um exemplo de fé, amor e dedicação passional ao meu avô Isidoro. Descanse em paz querida vó, por aqui, todos sentiremos muito sua falta, mas sua ausência será suplantada pelas várias ótimas lembranças que cada pessoa que teve o privilégio de conhecê-la tem guardada...

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